Amnesia - Capítulo 48
JustAnOrdinaryGirl
April, Clark, Mia e John estavam agora sentados em volta da mesa da sala de interrogatórios. Havia mais quatro cadeiras. Uma delas era de Lydia, à cabeceira da mesa. Os ocupantes das outras três ainda eram uma incógnita.
- Acham que é desta que fica tudo resolvido? – Foi April quem quebrou o silêncio que se fazia sentir há mais de dez minutos.
- Espero bem que sim – John respondeu – Estou a começar a ficar farto destes interrogatórios da treta – barafustou
- Não se preocupe, Sr. Stewart – A inspetora entrou na sala naquele momento – Hoje não saímos daqui sem ter este caso resolvido – informou, sentando-se depois na cadeira que lhe estava destinada. Faltava apenas ocupar três cadeiras.
- Já ouvi isso antes, inspetora! – John voltou a reclamar
- Mas antes não conhecíamos todos os factos – A inspetora disse – Além disso, hoje não temos suspeitos, temos culpados! – Revelou, deixando todos os presentes surpresos.
- Isso quer dizer que a inspetora já sabe toda a verdade? – Clark questionou
- Exatamente, doutor! – Lydia confirmou – Depois de termos passado uma semana a investigar 24 sobre 24 horas conseguimos recolher provas suficientes para resolver este caso – afirmou – Além do que a Dra. Mia nos contou sobre os documentos desaparecidos no hospital, havia outro pormenor que nos estava a passar ao lado – continuou a sua explicação dos últimos acontecimentos
- Que pormenor? – Mia perguntou, participando na conversa pela primeira vez desde que ali chegara
- Um pormenor que nos permitiu perceber que o Matheus, o Thomas e o John não foram os responsáveis pela morte do Robert Miller – Lydia fez a primeira revelação da tarde, deixando todos surpresos. Até mesmo John que, ao ouvir aquelas palavras, suspirou de alívio. Mia apertou-lhe a mão e sorriu-lhe, feliz por ele
- Eu disse-vos que estava inocente! – Foram as únicas palavras que o rapaz conseguiu dizer.
- Então porque é que quando falavas comigo e com a Daisy davas a entender que tinhas sido tu? – April quis saber
- Porque no início eu acreditava que o tinha morto, April! – John contou – E, além disso, foi uma forma de vos “mostrar” do que eu era capaz. Eu sabia que vocês não iam arriscar pôr a vida de mais gente em risco e por isso não iam contar nada – confessou
- Belo plano – April apenas disse – Mas se não foi o John, então quem foi? – perguntou a Lydia
- Já vamos chegar a essa parte – A inspetora respondeu, pedindo paciência – Agora vou chamar o Julian. Quero que ele saiba a verdade. Este facto pode fazer com que mostre arrependimento, o que poderá ser benéfico para ele quando for julgado – explicou – Além disso, a Dra. Mia ainda tem algumas coisas para explicar. Sabe do que falo, certo? – Lydia dirigiu a sua atenção para a médica
- Sei – Mia confirmou – E tenho a dizer que é verdade que o meu pai me ligou naquela noite e sim, ele disse-me aquelas palavras. Mas eu sempre lhe disse que devia desistir, que aquilo não era correto. Ele não tinha provas e não lhe cabia a ele fazer justiça – contou – Quando soube do acidente fiquei em pânico! E acredite, seu eu fosse realmente cúmplice, eu teria aproveitado o facto de a April estar no hospital para pelo menos garantir que ela não dizia nada. Faria alguma coisa para me salvar a mim e ao Julian.
- No entanto sabia a verdade e não contou nada à polícia – Lydia constatou
- Pois não – Mia admitiu – Tal como a April nunca contou o que sabia sobre o John – fez notar – Apesar de tudo, eu não tinha certezas de que ele iria fazer o que fez, ele estava transtornado com a perda do filho. E ele é o meu pai! No entanto, a partir desse dia eu nunca mais voltei a falar com ele – uma lágrima apareceu nos olhos de Mia
- Até ao dia em que ele foi acusado – A inspetora recordou
- Sim, ele ligou-me nesse dia – a morena confirmou – Estava com medo e queria que eu o ajudasse – revelou – Vocês ouviram a conversa dele, mas não ouviram o que eu lhe disse do outro lado
- E o que é que a Dra. Lhe disse? – Lydia questionou
- Que não o ia ajudar! – revelou – Que estava farta de sofrer pelos erros dele e que se ele não contasse a verdade era eu que o ia fazer. Que não conseguia compreender e que não podia ter uma pessoa assim na minha vida. Depois ele disse aquelas palavras, mostrou que não se arrependia e eu desliguei a chamada – acabou de contar a história com os olhos cheios de lágrimas
- E eu confirmo – Lydia disse – Analisámos todos os registos de chamadas e confirma-se que não houve qualquer contacto entre os dois. Além disso, não há telefonemas ou cartas desde que o Julian está preso – revelou – Ele também nos contou a conversa telefónica e tudo bate certo. Apesar de saber da história, a Mia não o ajudou em nada. Acaba afastada deste caso, não existem provas concretas – A inspetora declarou e desta vez foi Mia quem suspirou de alívio.
A inspetora mandou entrar Julian. Contou ao homem tudo o que já tinha sido revelado, mas ele não mostrou qualquer tipo de arrependimento.
- Eles bateram-lhe e mereceram pagar por isso – Julian acabou por dizer. Mia e April sentiam-se desiludidas com o homem que ali estava sentado com elas. Olharam uma para a outra, percebendo que partilhavam aquele sentimento.
Lydia preparou-se para prosseguir. Faltava ocupar duas cadeiras.
.............
E aqui está mais um capítulo! Espero que gostem destas revelações.Estavam à espera disto em relação ao John? E quem será que vai ocupar aquelas duas últimas cadeiras? Deixem aqui as vossas opiniões e teorias finais :) Fiquem bem e até ao próximo capítulo!!