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World of Stories

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You And I - Capítulo 89

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O regresso às aulas após tudo o que acontecera foi uma mistura de emoções. Alguns alunos aproximavam-se de Laura para perguntar se estava tudo bem e para lamentar o sucedido. Outros nem queriam saber e pareciam ter tomado o partido de Will. Como se o condutor do carro não tivesse feito algo assim tão grave. Laura apenas agradecia a quem tinha de agradecer e seguia caminho. Quanto a Leo, o rapaz também era alvo de atenções. Alguns alunos, uma minoria, admirava a coragem dele de se ter assumido, ainda que de uma forma forçada, e deixavam algumas palavras de apoio. Houve até quem admitisse que a equipa ia sofrer com a saída dele e de Tim. Mas depois, havia aquele grupo, um grande grupo, que o rebaixava. Comentário homofóbicos eram ouvidos nos corredores, risos quando ele passava. Leo tentava manter-se firme, mas não era fácil, e agradecia mentalmente estar rodeado dos seus amigos. 

- Laura, querida, como estás? - Clarissa fez-se ouvir perante a multidão. Aproximou-se de Laura e abraçou-a, deixando a morena sem reação - Não acredito que o Will foi capaz de uma coisas daquelas - disse. Laura sabia bem que aquele discurso não era sincero. - Ele foi expulso da escola e está em casa a aguardar que o tribunal decida alguma coisa - contou. Ao menos isso, pensou Laura - E aquela desmiolada da Vanya foi expulsa da claque, obviamente! - Clarissa disse, referindo-se à cheerleader que estava com Will no carro - Não podia permitir que alguém como ela continuasse na equipa! - acrescentou como se a decisão tivesse sido dela

- Tu ou a treinadora Iris? - Alycia não resistiu em perguntar. Clarissa tinha de se armar fosse qual fosse o tema

- Não penses que por seres a nova líder... - Clarissa ia começar, mas foi interrompida por Tim, o que a deixou surpresa

- Não é momento para isso, Clarissa! - ele disse, acabando por ali o assunto - Temos de... - mas foi ele quem acabou por ser interrompido. Ao fundo do corredor, a vir na direção deles, viu Aaron Parker, o pai - Pai... O que é que estás aqui a fazer?! - perguntou assim que o homem se aproximou dele. 

- Vim ver com os meus próprios olhos se aquilo que me chegou aos ouvidos é verdade, Timothy! - ele revelou no seu tom zangado. Os alunos ali em volta tinham dispersado quando viram o homem chegar. Nenhum deles queria estar envolvido em sarilhos. No entanto houve quem ficasse à espera do resultado daquela conversa. 

- E o que é que te chegou aos ouvidos? - Tim perguntou, mesmo tendo quase a certeza do que se tratava

- Disseram-me que saíste da equipa de futebol para defenderes o teu amigo larilas, por exemplo! Diz-me que isso não e verdade, por favor! -Aaron pediu num tom elevado. Ao contrário do pai de Leo, e apesar de também se preocupar com as aparências, não se importava de mostrar o seu lado autoritário e "importante" em qualquer lado. 

- Eu... - antes de responder, Tim olhou para Leo. Não queria dizer nada que deixasse o amigo numa situação ainda pior

- É verdade! - Foi Leo quem respondeu, fazendo com que os olhos de todos recaíssem sobre si - A direção da escola e a equipa de futebol descobriram que estou numa relação com alguém do mesmo sexo e por isso saí da equipa - Leo confessou. Todos sabiam, por isso nem adiantava esconder ou tentar disfarçar o que quer que fosse - E o seu filho, como meu amigo, decidiu sair comigo - acrescentou

- Timothy... Esperem, vocês não estão a querer dizer que estão os dois numa... Tu também és...

- Não, pai, o Leo não está comigo! - Tim disse, já que o pai parecia ter ficado engasgado - A minha saída foi uma prova de amizade. Fiz muita porcaria nos últimos tempos e não podia deixar o Leo ficar mal mais uma vez - confessou, olhando para Leo, que lhe agradeceu com um aceno

- Deitaste tudo a perder por causa de uma prova de amizade?! - Aaron perguntou, incrédulo - Ainda por cima por amigos assim... - lamentou - Vais falar com o treinador e com o diretor, vais pedir desculpa e deixar bem claro que não és maricas nenhum e vais voltar para aquela equipa, Timothy! - O homem disse ao fim de alguns segundos a pensar numa solução

- Não, não vou! - Tim negou, firme - Só volto àquela equipa no dia em que peçam desculpa ao Leo e ele aceite voltar, isso garanto-te! - acrescentou

- Inacreditável como as companhias transformam uma pessoa... - ele disse, com alguma repugnância - Olha só no que te tornaste... - disse, olhando o filho de alto a baixo

- Tens razão nisso, sabes? As companhias realmente mudam uma pessoa - Tim concordou - A minha convivência contigo estava a tonar-me numa pessoa horrível! Tratei mal as pessoas, tratei raparigas como meros objetos, traí a confiança do meu melhor amigo mais que uma vez... Mas olha só à minha volta e vê quem são os que estão comigo! As pessoas que eu mais magoei acabaram por ser aqueles que viram que eu ainda tinha salvação. A minha convivência com eles mudou-me... está a mudar-me! E ainda bem, porque eu estava a tornar-me num ser desprezível e nem sequer me estava a dar conta. E sabes que mais? Ver a mãe naquele estado deixou-me sem saber o que fazer, foi doloroso. Mas agora que tudo passou... ainda bem que a traíste! Ela finalmente é feliz e eu consegui abrir os olhos e deixar de ser como tu! - Tim desabafou, deitando para fora tudo o que pensava

- A tua mãe é feliz? Feliz com um...? - Aaron perguntou, a rir com desprezo

- Tenha atenção à forma como fala do meu pai! - Alycia meteu-se. Não ia permitir que aquele homem tocasse no nome do pai

- Então esta é o quê? Tua irmãzinha? - Aaron ironizou 

- Ah, isso não são! - Clarissa meteu-se na conversa. Tinha arranjado um belo momento para começar a sua vingança. Aaron, tal como todos os outros, olharam para ela - Sabe, Aaron, o seu querido menino não vê a Aly como irmã... Anda enrolado com ela! - disse, num tom mais elevado, para que todos ali à volta ficassem a saber. Alycia teve vontade de bater em Clarissa, mas Laura deu-lhe a mão para a manter ali. Clarissa estava com um sorriso radioso ao ver a expressão de todos eles

- Pelo menos nem tudo está perdido, parece... - Aaron comentou - Com que então ainda continuas com essas experiências com miúdas... - disse, provocando nojo em Tim, Alycia e nos amigos

- A Alycia não é experiência nenhuma! - Tim disse 

- Não me vais dizer que estás apaixonado por ela, pois não? Com tantas com quem podias assentar, foste logo escolher essa... - o pai estava pronto para recomeçar

- Eu gosto da Aly! - Tim disse, calando todos. Olhou para ela, que também estava surpreendida com aquelas palavras - Não sei se estou apaixonado ou não. Não faço a mínima ideia. Só sei que nunca me senti assim com mais ninguém... Nem contigo, Clarissa. Sempre pensei que estivesse apaixonado por ti, mas era mais uma obsessão que outra coisa - disse, tirando de imediato o sorriso triunfante do rosto da loira, que estava agora a querer sair dali a correr - Não sei o que é ou no que vai dar. Só sei que me sinto bem com ela e gosto da sensação. Achava que só estava a mudar pela minha mãe e pela amizade com o Leo, mas percebi que também o estou a fazer por ela... e por mim... - confessou - Viver a vida que tu me mostraste que era a certa só fez com que eu fizesse asneira atrás de asneira. Ainda bem que fui a tempo de mudar - concluiu, deixando o progenitor sem palavras por alguns momentos

- Ouvir estas palavras da tua boca... Vê-se perfeitamente que foi com a tua mãe que ficaste a viver - Aaron disse, arrependido de ter permitido tal coisa - Mas se é esta a vida que tu queres, então...

- Já sei... Então estou por minha conta! - Tim disse na vez do pai - Vais fazer exatamente o que o pai do Leo fez. Vais fingir que não tens um filho. Porque para vocês, mais vale perder um filho do que perder o bom nome e a reputação que tanto prezam. Mais vale terem um filho que brinca com os sentimentos dos outros, que despreza aqueles que vocês julgam diferentes, que leva uma vida sem sentido e que luta apenas para ter uma carreira reconhecida, numa profissão "importante" e uma mulher que lhe obedeça a tudo sem sequer questionar a mais mínima das coisas. - Tim disse tudo aquilo que pensava, sem medos, com todos os olhares a recair em si - Também já acreditei que essa era a vida que eu precisava de ter, mas agora sei que não. Não preciso, nem quero, o teu dinheiro ou o teu nome. Aquilo que eu preciso de ti, acabei de perceber pelo teu olhar de desprezo, que nunca vou poder ter, por isso... Acho que estamos conversados! - Tim disse. Sem esperar por mais palavras da parte do pai, Tim estava a preparar-se para sair dali, seguido pelos seus amigos, quando a professora Isabella apareceu à sua frente. 

- Ainda bem que vos encontro, meninos. - Ela disse, dirigindo-se aos seis amigos - Preciso mesmo de falar com vocês. É um assunto extremamente importante... - ela avisou

- Aconteceu mais alguma coisa, professora? - Laura questionou, preocupada ao ver a expressão séria da professora

- Ainda não aconteceu, mas vai ter de acontecer... - ela disse, misteriosa. A campainha de início das aulas fez-se ouvir - Venham ter comigo quando der o toque para o almoço... Espero por vocês na sala onde costumamos ter aulas de português, Laura e Alycia. É importante! - E sem dizer mais nada, deu meia volta e deixou os seis alunos a olhar uns para os outros, curiosos e nervosos. Não sabiam do que se tratava, apesar de todos desconfiarem de que estava relacionado com os acontecimentos dos últimos dias. No entanto, não tinham outro remédio se não esperar pelo toque da hora de almoço.  

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Boa tarde! Como estão? Aqui fica mais um capítulo, desta vez com um pequeno mistério da professora Isabella. Do que acham que se trata? Obrigada a quem tem acompanhado! Fiquem bem e até ao próximo capítulo :)

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