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World of Stories

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You And I - Capítulo 3

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Tinha passado quase um mês desde o início das aulas. Nessa noite, Laura e Leo tinham acabado de se sentar à mesa para jantar. Era sexta-feira e eles mal poderiam adivinhar o que ainda estava para vir naquela noite.

- No domingo, os avós vêm passar o dia connosco – A sra. Collins anunciou enquanto servia os pratos com comida. O entusiasmo dos filhos fez-se notar de imediato.

- E eu acho que seria uma boa ideia se o Nicholas viesse almoçar cá a casa. – Foi o pai quem sugeriu.

- O Nick?! – Laura ficou confusa com aquela sugestão do progenitor. Apesar de o melhor amigo almoçar e jantar lá em casa várias vezes, nunca tinha ido lá em ocasiões em que a família lá estivesse

- Seria uma boa oportunidade para assumirem o vosso namoro! – Quando o sr. Collins proferiu estas palavras, Laura quase cuspiu a água que tinha na boca e Leo soltou uma valente gargalhada – Para quê essas reações? Eu e a vossa mãe já percebemos que se passa alguma coisa. Basta estarmos atentos aos olhares, à maneira como se cumprimentam, ao facto de sentires a falta dele se não o vês durante 2 ou 3 dias – o pai enumerou e Laura ficou sem saber o que dizer

- E agora, maninha? – Leo, sentado ao lado da irmã, sussurrou-lhe

- Que cochichos são esses? – o progenitor interrompeu-os – É verdade que vocês deveriam ter agido de outra forma, o Nicholas devia ter falado primeiro connosco, mas…

- Pai! – Laura interrompeu-o – Primeiro, estamos no século XXI, não havia necessidade nenhuma de ele te pedir autorização e depois… - parou para pensar bem na maneira certa de dizer aquilo. Mas haveria uma maneira certa? – Eu e o Nick não podemos namorar, isso nunca vai acontecer – acabou por dizer, sem pormenores

- Por quê? – Perguntou, mas nem esperou por uma resposta – Ele tem namorada? Porque, se tem, não acho que a maneira como vocês se comportam um com outro, a vossa relação, seja a mais correta. Não pode andar sempre atrás de ti quando tem uma parceira… - o pai falava depressa, quase como se estivesse certo de que o que dizia era realmente o que estava a acontecer

- Não é nada disso pai! – Laura voltou a interrompê-lo e viu o olhar confuso do progenitor. Respirou fundo, olhou para o irmão e voltou a respirar fundo antes de falar – O Nick é gay! – revelou e viu a expressão dos pais numa enorme montanha russa.

- C-como?! – O sr. Collins tentou permanecer calmo – Sabes que não gosto desse tipo de brincadeiras, Laura! – Mas, pela expressão dos filhos, percebeu que não se tratava de uma piada – Como é que é possível? – perguntou, atónito

- Vá lá pai, não é nada do outro mundo – Leo disse, tentando amenizar a situação

- Espero que não tenhas nada para me contar, Leonard! – O pai encarou o filho com um olhar zangado

- Sabes perfeitamente que eu namoro com a Clarissa! – defendeu-se – Só estava a dizer que é algo… natural – disse

- Natural?! – o pai estava claramente exaltado – Natural era a tua irmã dizer-me que não podia namorar este rapaz porque ele tem uma namorada. Agora dizer-me que ele é… - a sua maneira de ver as coisas quase o impedia de dizer certas palavras

- Homossexual, pai! – Laura disse, claramente irritada com a reação do pai. No entanto, não podia dizer que estava desiludida. Sabia perfeitamente como o pai é, uma reação destas não a deixava surpresa, infelizmente

- Não acredito que ele nos andou a enganar durante todo este tempo – o pai comentou

- Ele não enganou ninguém, pai – Laura saiu em defesa do melhor amigo – Ele simplesmente não mencionou algo da vida privada dele. Tal como eu não chego ao pé dos pais dele e digo que gosto de rapazes, também ele não chega aqui, ao pé de vocês, e diz que gosta de rapazes – disse, tentado fazer com que o pai entendesse a situação

- Por falar em pais, os pais dele sabem o que ele é? – quis saber

- Claro que sim – a rapariga confirmou – E lidam bastante bem com a situação, sempre lidaram – anunciou

- Pronto, mas isso não interessa neste momento – o homem acabou por dizer – O que interessa agora é resolver esta situação – disse – Talvez isso seja apenas uma fase e, com a ajuda certa, ele poderá voltar a ser normal – sugeriu

- Fase? Ajuda? Normal? – Laura nem queria acreditar no que estava a ouvir

- Não me parece que seja apenas uma fase, pai. As coisas até lhe andam a correr bem – Leo comentou sem más intenções, saiu-lhe. No entanto, a irmã e o pai olharam-no com alguma fúria. Não pelo mesmo motivo, mas olharam – O que foi? Eu vi-o no outro dia com… esqueçam – Leo acabou por desistir

- Mas respondendo às tuas insinuações, o Nick não está a viver apenas uma fase. Ele sabe bem o que quer da vida, sabe aquilo que sente e por quem sente. Ele é feliz e isso deveria ser a única coisa que interessa. – Laura voltou a defender o melhor amigo – Aquilo com que nos devemos preocupar é com o facto de haver pessoas como tu, com as tuas reações, com a tua mente! – Atirou aquelas palavras sem sequer pensar se deveria ou não falar com o pai naqueles modos

- Não te admito que me fales assim, Laura Collins! – o pai levantou a voz – A maneira de viver do teu amigo não está correta, e tu sabes disso. O normal é um homem estar com uma mulher, casar, ter filhos. Isso é o normal! O que esse rapaz está a fazer…

- O Nick vai casar um dia, e ter filhos se quiser. Nada o impede – Laura voltou à carga

- Já chega, Laura! – o pai bateu na mesa – E espero que esse rapaz não volte cá a casa, pelo menos enquanto não mudar os hábitos de vida quem tem – avisou

- Desculpa?! – A jovem gostava de ter ouvido mal, mas não lhe parecia – Não podes proibir o meu melhor amigo de vir cá a casa. Ele sempre veio cá, sempre esteve presente na nossa vida e vocês sempre o adoraram – os olhos da rapariga estavam cheios de lágrimas

- Posso e vou fazer isso, Laura, é para o vosso bem – ele apenas disse

- Para nosso bem?! Será possível que consigas ser ainda mais preconceituoso do que já és? O que estás a dizer é um absurdo! – Laura disse entre as lágrimas

- A conversa fica por aqui, Laura!

- Não, não fica! O Nick não tem nenhuma doença e tu estás a agir de uma maneira tão preconceituosa, tão desumana! E se fosse eu? E se fosse o mano? Ias expulsar-nos de casa? Mandavas internar-nos? – Laura falava cada vez mais alta. Por baixo da mesa, Leo segurou-lhe na mão – O facto de o Nick ser homossexual não vai fazer com que eu e o Leo o sejamos também. Não é uma doença. Nunca foi! E até podes impedir que o Nick venha cá a casa, mas isso não vai fazer com que a nossa amizade acabe. A minha amizade com o Nick só acabaria se algum de nós traísse o outro, se algum de nós magoasse o outro de forma imperdoável. Não és tu que vais fazer isso. – Quando acabou de falar, Laura levantou-se e fechou-se no quarto. À mesa, os três ficaram em silêncio.

- Não devias ter reagido assim, pai! – Leo foi o primeiro a falar

- A tua irmã tem de descer à terra, Leonard! – O Sr. Collins falou – Eu não posso permitir que a minha filha alinhe nestas coisas. Nem posso permitir que ela vá por certos caminhos – explicou

- Ela sempre foi assim – Leo continuou – Além disso, ela tem razão. O Nick não tem doença nenhuma. Sabes que não é isto que os vai separar, nunca foi motivo para isso – disse e, depois, também ele se levantou da mesa.

-  Querido, ela vai acabar por entender – A sra. Collins disse, pegando-lhe na mão – Sabes que ela sempre foi assim, sempre teve esta maneira de ser, sempre a ajudar os outros, a defender causas. Mas isso não quer dizer nada, e ela vai acabar por se acalmar e ver a situação de outra forma – acrescentou

- Espero que tenhas razão – ele disse

...............

eBoa tarde! Então, eu ontem tinha este capítulo meio escrito mas depois de ler eu não gostei nada do início e acabei por ter de alterar um pouco. Espero que gostem de como ficou. Acabou por ser um capítulo com uma conversa bem tensa e que mudou um pouco o rumo das coisas. Estavam à espera desta revelação e da reação do Sr. Collins? Deixem as vossas opiniões aqui nos comentários :) Fiquem bem e até ao próximo capítulo!

 

P.S. Já está disponível, no instagram do blog, a capa de You And I.

Espero que gostem. Passem por @patriicia.j.a.o.g e digam-me o que acham. 

 

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