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World of Stories

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"Taking Chances" - Capítulo 16

Depois de terem conversado, Anna acompanhou Brittany até casa dela. Apesar de ter imensa vontade de ir ter com o irmão, não podia fazer com que a mãe ficasse ainda mais aborrecida. Por um lado, compreendia o medo da mãe, mas por outro, não conseguia perceber qual a razão que a levava a ter tanto medo que ela conhecesse o progenitor. Entrou em casa e, como não havia sinais de a mãe ter-se levantado, dirigiu-se ao quarto, pegou no pijama e depois foi tomar um duche.

Quando voltou ao quarto reparou que tinha duas chamadas não atendidas. Ainda pensou que fossem de Henry, mas eram ambas de Gustav. Ligou de volta e a chamada foi atendida ao segundo toque.

#INÍCIO DA CHAMADA#

 - Olá, Gustav! – Cumprimentou-o – Tudo bem?

- Hmm, não é Gustav, é o Jackson! – Disse do outro lado da linha – O Gustav tentou ligar-te para dizer que ia sair com a Anna e depois acabou por deixar o telemóvel em casa – informou

- Oh, não sabia que iam sair hoje – Brittany disse – Mas fico contente que as coisas estejam a correr bem entre eles

- O Gustav gostou da tua amiga, há muito tempo que não o via assim – Jackson disse e Brittany sorriu, feliz pelo irmão e pela amiga – Está tudo bem contigo? – Questionou

- Sim – disse, tentando parecer bem-disposta

- Não me parece, Brittany – Jackson insistiu – Normalmente costumas estar mais animada, com uma voz diferente – acrescentou, justificando a razão de achar que alguma coisa se passava

- Não estou nos meus dias, é só isso – acabou por dizer

- Por causa do teu pai? – Perguntou – Desculpa, não tenho nada a ver com isso, são coisas tuas – acabou por dizer

- Também é por causa do meu pai, sim. E o Henry e eu… – não acabou a frase, mas Jackson percebeu o que ela queria dizer. Brittany conteve algumas lágrimas

- Lamento que as coisas sejam assim, a sério, Brittany – Jackson lamentou, com sinceridade

- Obrigada – Brittany disse e sorriu, mesmo que o rapaz não a conseguisse ver – E onde é que foram os pombinhos, mesmo? – Mudou de assunto, precisava de pensar noutras coisas de “limpar” a cabeça antes de tomar uma decisão

- Acho que a Anna o levou a um restaurante que ela adora e depois iam ver um filme – Jackson informou – Era nestes momentos que eu gostava de ter uma namorada – desabafou, com uma gargalhada meio sumida

- Tenho a certeza de que não deves ter muitos problemas em arranjar uma – Brittany meteu-se com o rapaz, acrescentando uma gargalhada – Bem, acho que vou seguir o exemplo do meu irmão e escolher um filme para ver – decidiu

- E tens a certeza de que estás bem? Pelo menos melhor? – Jackson quis saber, a preocupação a notar-se na sua voz

- Sim, obrigada – Depois de um adeus ambos desligaram a chamada

#FIM DA CHAMADA#

Brittany pegou no computador e decidiu-se por alguns episódios de Friends. Enquanto o episódio carregava, foi buscar alguns doces à cozinha. Depois de vistos alguns episódios, Brittany sentiu o telemóvel vibrar, dando sinal de uma nova mensagem. Era de um número desconhecido. Apenas dizia: Não te assustes mas alguém vai agora trepar para a tua varanda.

Depois do susto inicial, Brittany dirigiu-se junto da janela do seu quarto, a janela da varanda, e espreitou por trás das cortinas. Decidiu apagar a luz do quarto, de modo a que ninguém a visse. Apenas viu um vulto a começar a trepar pela árvore. Foi apenas quando ficou de pé, na varanda, a olhar para dentro do quarto, que Brittany percebeu quem era e o receio que estava a sentir desapareceu. Acendeu a luz do candeeiro que tinha na mesa-de-cabeceira e depois abriu a janela, permitindo que a visita inesperada pudesse entrar.

- O que é que estás aqui a fazer? – Perguntou, surpresa

- Achei que talvez precisasses de alguma companhia – Jackson disse, com um sorriso – Sem qualquer tipo de segundas intenções – acrescentou

- Obrigada! – Brittany apenas disse e ambos sorriram – Estava entretida com uma série e gomas, que te parece?

- Parece-me uma boa opção mas… - levantou o saco que trazia consigo – Eu também trouxe alguns doces comigo por isso espero que os teus já tenham acabado – riu

- Ainda não, mas doces nunca são de mais – Brittany disse, apontando para a taça onde tinha os seus doces

- E como é que estás? – Jackson perguntou, adotando um tom mais sério – Eu já percebi que nem a série nem os doces estão a ter grande efeito

- Estou a processar tudo o que me tem acontecido – começou a explicar

- Espera aí – Jackson interrompeu e olhou à sua volta. Pegou numa manta que estava em cima da cama e estendeu-a na varanda. Depois, puxou Brittany para que ambos se sentassem em cima dela e colocou as gomas entre os dois – Pronto, assim estamos melhor – sorriu e a rapariga retribuiu

- Nunca pensei que o sonho de conhecer o meu pai trouxesse tanta reviravolta à minha vida – Brittany desabafou – Achei que as coisas podiam ser melhores, tal como foi com o Gustav – sentiu algumas lágrimas picarem-lhe os olhos mas deteve-as – Já dei por mim a pensar se não seria melhor esquecer isto de uma vez por todas

- E achas que é o melhor? – Jackson perguntou, segurando o olhar da rapariga no seu

- Sei lá – começou – Eu sempre quis ter um pai como todas as outras crianças. Queria uma família completa. Mas eu via como a minha mãe estava magoada com ele, com o que ele nos fez. Acabei por me revoltar contra o meu pai por algum tempo, dizia que não queria saber dele. Mas aquela vontade de o conhecer sempre esteve comigo, percebes? – Jack assentiu e ela continuou – Quando recebi aquele telefonema do Gustav senti que ia finalmente ter essa oportunidade mas vendo bem as coisas magoei ainda mais a minha mãe, perdi o meu namorado… - uma lágrima rolou-lhe pela face e sentiu o dedo de Jackson limpar-lha. – O que é que eu faço à minha vida, Jack? – Perguntou, precisando de um sinal do que devia fazer

- Segue o teu coração, Brittany – aconselhou – A tua mãe está assim porque tem medo de te perder ou que saias magoada. Mas ela acabará por entender. E o Henry, se te ama, também vai acabar por regressar. E pensa que isto tudo já te trouxe pelo menos uma coisa boa, trouxe-te dois irmãos, apesar de ainda não conheceres um deles.

- Trouxe-me outra coisa boa – Brittany disse – Trouxe-me um amigo – acrescentou, sorrindo

- É por isso que aqui estou, porque sei que precisavas de um amigo – Jackson disse, sorrindo de volta – Pensa bem no que queres fazer, mas pensa no que tu queres e não apenas nos que as pessoas à tua volta querem – voltou a aconselhar e Brittany não controlou algumas lágrimas misturadas com um sorriso. – Não chores! Anda cá – Jackson puxou-a para si e envolveu-a num abraço – Mais tarde ou mais cedo tudo acabará por ficar bem, vais ver. – Prolongaram o abraço por mais uns segundos. Depois de se separaram, ficaram alguns segundos a contemplar as estrelas. Quando começaram a sentir algum frio, entraram no quarto e ali ficaram a ver mais alguns episódios da série e acabaram por rir durante uma ou duas horas. Brittany acabou por adormecer e, antes de sair, Jackson deitou-a na cama a tapou-a. No dia seguinte, quando acordou, Brittany tinha um bilhete ao seu lado: Adormeceste e vim embora. Obrigada pelo serão. Espero que quando acordares tenhas de volta o teu sorriso e acredites que tudo vai ficar bem. E faz aquilo que achas que é o melhor para ti. Jackson. P.S. Trouxe as gomas que sobraram para comer pelo caminho :P

Brittany deu por si a rir. Levantou e tomou um duche. Optou por vestir umas calças de ganga e uma sweatshirt e desceu as escadas. A mãe já se encontrava na cozinha.

- Bom dia – cumprimentou a mãe – Desculpa se ontem me excedi, não foi por mal – desculpou-se

- Tudo bem – Claire apenas disse – Quero apenas que vejas o que é melhor para ti e que penses se tens ou não feito as escolhas certas. – Acrescentou

- Eu sei que desde que o Gustav apareceu muitas coisas aconteceram, mas nem tudo foi mau. Eu ganhei um irmão, um amigo e eu sei que coisas menos boas também aconteceram mas eu quero acreditar que tudo vai ficar bem – disse, encarando a mãe – Há uma coisa que eu te quero pedir, mãe – esperou que Claire terminasse o café e que lhe desse atenção – Eu quero que me deixes voltar a Los Angeles, para falar com o pai – pediu e Claire ficou a olhar para ela, espantada

- Nem penses, Brittany! – Claire disse, ríspida – Queres ir lá fazer o quê?

- Falar com o pai, fazer-lhe algumas perguntas. Quero vê-lo, mãe! Quero perceber se tudo isto valeu ou não a pena – Brittany informou – Mãe, é tudo o que te peço. E eu prometo que, aconteça o que acontecer, eu nunca te vou abandonar! Mas deixa-me ir, por favor! Além disso, desta vez não vou sozinha, vou com o Gustav, com o Jackson e até a Anna deve querer vir connosco. – Disse - Ela agora anda com o meu irmão – Acrescentou de modo a justificar a ela.

- Nem penses que vais faltar às aulas novamente, Brittany – Claire disse, tentando acabar com aquela ideia da filha

- Ainda tenho uma semana de férias, não tenho de faltar a aula nenhuma – Brittany solucionou o problema de imediato – Além do medo que eu sofra, há mais algum motivo para não quereres que eu vá? – Brittany perguntou, começando a ter dúvidas em relação aos medos da mãe

- E achas que ter esse medo é pouco, filha? – Claire perguntou – A última vez que te viu tinhas três anos. Tens quase 18, ele nem sequer te conhece. Não quero que sofras aquilo que eu sofri – Claire limpou uma lágrima

- Mãe, eu apenas vou lá para o ver, para saber como é. Não estou à espera de um pedido de desculpas ou que ele venha atrás de mim para Nova Iorque. Por favor, deixa-me fazer isto! Quero fazê-lo agora, com a tua autorização. Sabes que um dia eu não vou precisar dela. E eu quero que saibas as decisões que estou a tomar. Por favor, mãe! – Pediu e segurou a respiração

- Mesmo que eu diga que não, tu acabas por ir na mesma. Ou vais porque o Gustav já é maior de idade e podes ir sem problemas por seres menor ou vais quando tiveres idade suficiente para não precisares de autorizações – Claire começou – Portanto, se quiseres ir vai. Mas vai preparada para não encontrar a família perfeita dos contos de fadas, Brittany – disse, concordando

- Obrigada mãe! – Brittany suspirou e sorriu – Eu prometo que vou fazer de tudo para evitar mais sofrimento – disse isto e abraçou a mãe com toda a força

- Mas espero que saibas que o teu pai mentiu antes e que ele é capaz de mentir com quantos dentes tem na boca. Não acredites em tudo o que vier da boca daquele homem – avisou, desafazendo depois aquele abraço

..........

Boa tarde! Aqui fica o capítulo desta semana! O que acharam? Deixem as vossas opiniões. Em princípio, o próximo capitulo já se vai passar em Los Angeles, portanto, podem ir-se preparando para o aparecimento da pessoa que causou todo este drama familiar na vida da Brittany! Espero que tenha gostado. Ah, e muito obrigada a quem leu e comentou o último. Os vossos comentários são sempre muito bons e dão-me ainda mais vontade de escrever :) Fiquem bem e até ao próximo capítulo!

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