Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

World of Stories

World of Stories

"Taking Chances" - Capítulo 15

A tarde parecia nunca mais ter fim. Brittany passou a tarde a pensar em tudo o que acontecera, principalmente com Henry. Gostava bastante dele mas sabia que não podia ceder à vontade dele e abdicar dos seus (poucos) amigos. Parecia que cada vez que alguma coisa boa lhe acontecia, alguma coisa má tinha de vir também. Bufou para o ar e permaneceu a olhar para o teto mais alguns minutos. O som da chave na fechadura fê-la despertar e voltar à terra. Desceu as escadas e cumprimentou a progenitora com um beijo na bochecha.

- Que tal foi a tarde? – Claire perguntou, enquanto pousava um saco da mercearia na bancada da cozinha

- Passou-se – Brittany apenas disse, começando a tirar as coisas do saco e a arrumar nos armários – E que tal correu o trabalho?

- Foi uma tarde cansativa, mas nada de mais – Claire sorriu – Sabes a que horas o Henry chega para jantar? – Perguntou. Era habitual Henry aparecer para jantar quase todos os dias.

- O Henry não vem jantar – a rapariga informou, com um olhar triste

- Por isso é que estás com essa carinha – Claire quis saber – Querida, se ele não vem hoje é porque não pode. Logo vem amanhã – tentou animá-la

- Não, mãe, eu e o Henry – interrompeu-se, não sabendo como dizer aquilo à mãe, que tanto gostava do namoro dos dois – Eu e o Henry decidimos dar algum espaço – acabou por anunciar

- O que é que se passou, querida? – Claire aproximou-se da filha e a rapariga não hesitou em abraçar a mãe – Foi por causa da noite que passaste fora, não foi? – Desfez o abraço para encarar a filha

- Sim, também teve que ver com isso – começou por dizer – Eu acabei por ser um bocado parva, de certa forma – disse, com um olhar triste, contando mais alguns pormenores da conversa que tivera com Henry. A mãe interrompeu-a.

- E achas que vale a pena estares a separar-te do teu namorado por causa de uma parte da família que nunca quis saber de ti ou de mim? E quanto à Anna sempre soubeste o que eu e o Henry pensámos dela.

- A Anna é a minha melhor amiga. O Gustav só soube da minha existência recentemente, não tem culpa de nada – disse. Não gostava quando as pessoas acusavam a melhor amiga ou o irmão de serem más influências ou algo do género – E quanto ao pai… - parou de falar ao ver a expressão de irritação da mãe – Mãe, eu sei que ele te magoou, que me abandonou, mas eu gostava de, pelo menos, ter a oportunidade de o conhecer – confessou – Não te estou a dizer que o vou perdoar ou que ele vai passar a fazer o papel de pai mas eu quero ter a hipótese de estar com ele, de falar com ele. Quero perguntar-lhe o porquê de nos ter deixado!

- Deixou-nos para voltar para a família perfeita dele – Claire disparou aquelas palavras

- Mesmo assim, mãe – Brittany reforçou o desejo que tinha de saber mais – A única coisa que te peço é que não me impeças de ter esta oportunidade. Por favor! – Pediu

- Estou apenas a avisar, Brittany. Já perdeste o teu namorado por causa desta história toda! – Claire levantou o tom de voz – Se eu te tivesse impedido de ir para Los Angeles da outra vez agora poderias estar feliz, com o Henry – acrescentou, fria

- Mãe, o Henry e eu estamos a dar um espaço, mas não sou só eu que tenho culpa – começou – É verdade que fui um bocado parva com ele, mas ele queria que eu me afastasse da Anna e do Jackson e eu não posso fazer isso. Eles são meus amigos

- E o Henry é teu namorado! – Claire gritou estas palavras e Brittany retraiu-se

- E eu sou tua filha! – Falou mais alto – Mãe, eu sempre fui feliz aqui, sempre deixei o sonho de um dia ter um pai de lado. Estou-te muito agradecida por tudo o que tens feito, não seria nada sem ti! Mas eu preciso de fazer isto, preciso de conhecer mais sobre mim, sobre o homem que me deu vida – disse, com algumas lágrimas a ameaçar aparecer – Nunca te irei abandonar por ele, não tenho motivos para isso mas deixa-me conhecê-lo. – Pediu mais uma vez, exausta

- Parece que tomaste a tua decisão – Claire apenas disse, sentindo que mais nada podia fazer – Eu vou deitar-me, estou exausta. Não vou descer para jantar – avisou, dirigindo-se para a porta da cozinha

- Mãe – Brittany chamou, mas sem efeito. Começava a acreditar que tinha razão quando pensava que quando uma coisa boa chegava, chegavam logo umas poucas más.

Apesar de não ter grande vontade de sair de casa, sabia que se ficasse, iria ficar a matutar em tudo o que acontecera e ainda se iria sentir pior. Escreveu um recado à mãe, dizendo que ia ter com Anna e que voltava ainda antes de anoitecer. Mandou mensagem à amiga a pedir que se encontrasse no parque onde costumavam ir depois das aulas e dirigiu-se para lá. Quando chegou, avistou Anna a chegar também.

- Olá! – Brittany cumprimentou a melhor amiga e ambas se sentaram num dos bancos de jardim – Então, conta lá o que se passou com o Gustav. Devo começar a tratar-te por cunhada? – Brincou e em troca recebeu um leve encontrão

- O teu irmão é das melhores pessoas que conheço – Anna começou, um brilho a aparecer-lhe no olhar – Falámos imenso e temos imenso em comum – acrescentou, sempre com um sorriso

- Gostas dele? – Brittany perguntou

- Acho que sim! – Anna confirmou – Gosto de estar com ele e acho que nunca me senti assim antes – sorriu novamente

- Esse teu sorriso diz tudo! – A rapariga sorriu de volta – E o que é que se passou durante o resto da noite? O beijo, eu e o Jack ainda vimos…

- Acredites ou não, não aconteceu nada além de uns beijos – Anna voltou a dar-lhe um encontrão perante o olhar de Brittany – Eu gostei dele, a sério, mas tenho de ter consciência que daqui a uns dias ele volta para Los Angeles e que não vai acontecer mais nada – suspirou tristemente – Mas como se costuma dizer, há que aproveitar o momento, e acho que é isso que vamos fazer

- Fico contente por te ver assim. Acho que nunca vi esse brilho no teu olhar – Brittany disse, contente pela amiga

- Mas deixando de falar de mim, o que é que se passa contigo? De certeza que com essa cara não vieste ter comigo só para falar de mim e do teu irmão. – Anna percebia sempre quando a rapariga tinha alguma coisa e era rara a vez em que se enganava

- Eu e o Henry meio que acabámos – admitiu, cabisbaixa – Tivemos uma conversa, ele soube que eu passei a noite no quarto do Jack, começámos a falar de outras coisas, vieram os ciúmes, sei lá. Foi uma conversa com um mix de assuntos que só fizeram com que decidíssemos dar um espaço – acrescentou de modo a esclarecer a amiga

- Lamento que as coisas tenham sido assim – Anna colocou a sua mão no ombro de Brittany, reconfortando-a – E em relação ao teu pai? Chegaste a falar com a tua mãe sobre isso?

- Mal toquei no assunto, quando cheguei a casa, a minha mãe passou-se e disse que tudo o que aconteceu foi o que eu já sei – contou – E hoje ela ficou furiosa quando descobriu que eu e o Henry acabámos – suspirou mais uma vez – Ela adora o Henry e adorava a relação que nós tínhamos, apesar da diferença de idades. E tudo isto do meu pai, do Gustav, até do Jack, está a deixá-la chateada e triste, acho eu – desabafou Brittany

- Eu entendo que tudo isso a magoe, mas tu tens o direito de saber a verdade e de querer conhecer o teu pai – Anna voltou a dar a sua opinião – E em relação ao Henry, a tua mãe adora-o a ele e à vossa relação, mas e tu? O que é que sentes por ele? – perguntou, deixando ainda mais questões na cabeça confusa de Brittany

- Eu gosto dele, tu sabes que sim, Anna

- Eu sei que gostas dele, Britt, mas… Ouve, houve muitas vezes em tu comentavas que gostavas que o Henry gostasse mais das mesmas coisas que tu, que gostavas de fazer as mesmas coisas que os outros casais fazem, como sair e… coisas de casais, sabes do que estou a falar – Anna disse – Será que tu ainda gostas dele como no início ou as coisas mudaram? E depois há o Jackson

- O que é que tem o Jackson? – Brittany perguntou, sabendo perfeitamente o que Anna queria dizer

- Ele gosta de ti, Britt. E não podes negar isso, basta ver como ele olha para ti, como te sorri, como fica meio nervoso quando está contigo – Anna disse e Brittany corou ligeiramente

- Anna, estiveste com ele apenas umas horas! - Brittany contrapôs

- Mas deu perfeitamente para perceber, Britt – Anna fez valer a sua ideia – Amiga, precisas de perceber o que sentes. E acho que também tens de tentar perceber o que falta na história dos teus pais, é óbvio que não acreditas totalmente na versão da tua mãe, amiga – aconselhou-a

- A minha mãe não quer falar no assunto, o Gustav contou-me tudo o que sabe, não tenho familiares próximos a quem recorrer. Como é que vou descobrir a verdade toda? – Brittany perguntou, estando cada vez mais certa que só ficaria bem quando esclarecesse todas as dúvidas na sua cabeça

- Então, vais diretamente à fonte: o teu pai – disse, fazendo com que aquela resposta parecesse óbvia – Ou então, falas com a mãe do Gustav, ela deve conhecer a verdade – sugeriu e Brittany voltou a suspirar. Talvez a sugestão de Anna fosse mesmo o que estava a precisar de fazer.

............

Boa tarde! Aqui fica mais um capítulo com mais uma conversa que não acabou da melhor forma, desta vez entre mãe e filha! O que estão a achar das atitudes das peronagens? Acham que a Anna tem razão e Brittany deve, finalmente, encontrar-se com o pai? Deixem as vossas opiniões :) Fiquem bem e até ao próximo capítulo!!

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.