"Taking Chances" - Capítulo 2
- O teu irmão tem andado ansioso para este dia – Jackson disse, quebrando o silêncio que se instalara desde que chegaram àquele pequeno estabelecimento, havia cerca de 5 minutos – Desde que descobriu a tua existência que sonha com o momento em que se encontra contigo
- A sério? – Brittany perguntou, ficando feliz com aquele comentário do rapaz
- Sim – confirmou, continuando depois – Ele não fazia ideia da tua existência e quando descobriu as coisas do teu pai, no início, ficou um bocado à nora. – Brittany sorriu de forma compreensiva. Também ela tinha andado à nora desde o telefonema de Gustav. – Mas desde que te ligou que não para de falar em ti.
- Achas que ele ainda vai demorar muito? – A rapariga perguntou, mostrando-se cada vez mais ansiosa
- Não vai demorar nada, acabou de entrar – Jackson disse assim que o viu entrar pela porta do café. Brittany respirou fundo antes de se virar para trás e ver um aquele rapaz alto dirigir-se a eles. – E agora que já tens o Gustav contigo, está na hora de me ir embora – Jackson anunciou, fazendo a rapariga engolir em seco. Pelo menos com Jackson sentia-se mais calma, apesar de mal o conhecer. Mas foi para falar a sós com Gustav que não deixou Henry vir com ela – Foi um prazer conhecer-te, Brittany – Jackson acrescentou, cortando os pensamentos da rapariga.
Gustav sentou-se no lugar antes ocupado por Jackson e pediu um café à empregada de mesa. O silêncio manteve-se até a empregada se dirigir atrás do balcão para preparar o café. Depois, o rapaz iniciou a conversa.
- Eu sou o Gustav… - começou, um pouco a medo - Mas acho que já deves ter percebido isso – sorriu timidamente e Brittany fez o mesmo – Obrigada por teres vindo ter comigo.
- Obrigada por me teres contactado – Brittany falou pela primeira vez e parou quando a empregada trouxe o café – Eu sabia que o meu… nosso… pai tinha outra família mas não fazia ideia de quem pertencia a essa família
- Eu não fazia ideia de que havia outra família. Lembro-me que o pai esteve fora alguns anos, mas depois voltou e nunca me disseram a verdade. Sempre houve a desculpa do “estive a trabalhar fora durante 4 anos” – Gustav afirmou, olhando para a rapariga que tinha à sua frente
- Exatamente o tempo que ele andou com a minha mãe e o tempo que viveu connosco – Brittany concluiu, triste
- Lamento o que aconteceu, Brittany – Gustav pediu desculpa, apesar de ele não ter culpa nenhuma do pai que tinham. Nenhum dos dois tinha culpa
- Não tens de pedir desculpa por ele – a rapariga falou, olhando para as suas mãos em cima da mesa. – O teu amigo disse que andavas ansioso por este momento. Eu também andava!
- Sim, andava mesmo – admitiu – Desde que descobri aquela caixa com as cartas da tua mãe e as fotos que queria conhecer-te
- Porque é que decidiste entrar em contacto comigo, mesmo sabendo que ele traiu a tua mãe com a minha? – Aquela pergunta andava na cabeça de Brittany desde que recebera o telefonema do rapaz
- Acho que pelo mesmo motivo que tu aceitaste conhecer-me – o seu olhar cruzou-se com o da sua meia-irmã – Porque nenhum de nós teve culpa do que aconteceu e porque ambos merecemos saber da existência um do outro. E talvez no meio de traições e mentiras haja algo de bom
- Sim. Essa também a minha opinião – a rapariga sorriu. Sentia que podia confiar no rapaz que tinha ali à sua frente – Contaste-lhe? – Perguntou de repente
- Não! – Disse prontamente o mais velho – Não tinha a certeza que quisesses que ele soubesse que vinhas cá e para ser sincero não sabia como abordar este assunto com ele. Mas se quiseres encontrar-te com ele…
- Não! – A rapariga interrompeu-o – Não estou preparada para isso… ainda não. E não quero magoar a minha mãe
- Claro, eu percebo. Mas eu não lhe vou dizer nada até que tu queiras, podes ficar descansada – sorriu para a rapariga, que lhe agradeceu. Depois prosseguiu – E vais já voltar já para Nova Iorque ou ainda ficas por cá uns dias? Gostava de te conhecer melhor – Gustav informou, obtendo um sorriso da rapariga
- Eu não pensei muito nisso, não tinha a certeza de como iriam correr as coisas. Nem tenho um sítio onde ficar – admitiu
- Do sítio para ficares trato eu – ao ver o olhar da rapariga e parecendo ler-lhe os pensamentos acrescentou logo de seguida – Não vais ficar em minha casa e dos meus pais, vais ficar no hotel onde eu trabalho. E como eu trabalho lá, não tens de te preocupar com gastos nenhuns
- Obrigada – a rapariga disse, mostrando um pequeno sorriso e bebendo logo de seguida mais um gole da bebida que tinha pedido. Mais uma vez o silêncio instalou-se, mas desta vez não era assim tão constrangedor. Mais ainda havia algumas perguntas que Brittany queria fazer e tinha de as fazer antes que perdesse a coragem – Como é que ele é? O nosso pai…
- Apesar de tudo, ele é uma boa pessoa – Gustav começou, prendendo a atenção da mais nova – É muito apegado ao trabalho, aos negócios dele. Mas também é preocupado com a família. – A rapariga revirou os olhos com este comentário, pelo que Gustav esclareceu – Eu sei que não parece mas… ele sempre esteve presente no que nos diz respeito. Gostava que ele tivesse feito o mesmo contigo – o rapaz admitiu – Não faço ideia se a minha mãe sabe ou não da vossa existência, não tive coragem de lhe falar nisto.
- Acho que também não teria coragem de confrontar a minha mãe com algo assim. Mas eu sei que a minha mãe sabe que a tua mãe existe e que foi para voltar para casa que ele nos deixou – Brittany escondeu uma lágrima – Ele contou toda a verdade antes de desaparecer. Inclusive ele disse à minha mãe que ia voltar porque continuava a amar a tua mãe e que ela lhe tinha perdoado, por amor. Desfez-se em desculpas, mas a minha mãe estava magoada. Ele prometeu que sempre iria ajudar-nos, mas a ajuda nunca chegou. Nunca mais soubemos de nada.
- Isso quer dizer que a minha mãe sabe da traição… - Gustav estava sem palavras. Não imaginou que a mãe fosse mulher de perdoar uma traição – Achas que ela sabe da tua existência? Não estou a imaginar a minha mãe perdoar o meu… nosso pai com uma criança envolvida. Mas acho que já posso estar à espera de tudo… - lamentou-se – Bem, mas acho que agora chega de falar deles. – Brittany olhou-o, um pouco confusa – Combinamos este encontro para nos conhecermos, certo? – Gustav parecia ter lido os pensamentos da meia-irmã e a rapariga apenas assentiu como resposta à sua pergunta – Então é isso que vamos fazer, conhecermo-nos!
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Bom dia!! E aqui está o segundo capítulo de "Taking Chances". Espero que estejam a gostar do desenrolar da história, apesar de ainda estar no início. Muitas coisas ainda estão para vir por isso fiquem atentas! Entretanto digam-me o que acharam deste capítulo e o que acham do Gustav, que acabou de "chegar" à história! E muito obrigada a quem leu e comentou o 1º capítulo, vou responder aos comentários mais daqui nada. Fiquem bem e até ao próximo capítulo :)